Em nosso terceiro relatório trimestral de 2022 traremos os resultados de nossas estratégias ativas (Longo Prazo e Concentrada) e do Geo Smart Beta de Qualidade, nosso fundo sistemático. Trataremos também dos aprendizados que tivemos sobre o setor de healthcare e seu potencial nas interações com a Luciana Borio, que além de conversas com nosso time de investimento esteve presente em um bate papo com nosso Co-Fundador, Oliver Mizne, e nossos clientes. Médica e ex-integrante do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, responsável pelas políticas nacionais de biodefesa dos Estados Unidos, Luciana possui extensa experiência no setor de healthcare. Atuou por quase dez anos no órgão regulador americano (FDA) e hoje é considerada referência no setor.
Estratégias Ativas: Estratégia de longo prazo
Terminado o 3º trimestre, nossa estratégia de longo prazo acumulou um retorno de -23,65% no ano, em dólares enquanto o MSCI World, no mesmo período, caiu -25,42% também em dólares.
Terminamos o trimestre com 30 empresas em nosso portfólio de longo prazo e as 10 maiores posições representando 59% da carteira, conforme tabela abaixo.
Fonte: GeoCapital Data: 30/09/2022
*Valores em USD referentes ao Geo Fund.
Abaixo a contribuição, por ativo, para o retorno acumulado até setembro (-23,65%)
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Fonte: GeoCapital Data: 30/09/2022
*Valores em USD referentes ao Geo Fund.
Estratégia concentrada
A estratégia concentrada acumulou, até setembro, -27,72% no ano, em dólares enquanto o MSCI World, no mesmo período, caiu -25,42% também em dólares.
Terminamos o trimestre com 15 empresas em nosso portfólio concentrado e as 10 maiores posições representando 84% da carteira, conforme tabela abaixo
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Fonte: GeoCapital Data: 30/09/2022
*Valores em USD referentes ao Geo Concentrated.
Abaixo a contribuição, por ativo, para o retorno anual até setembro (-27,72%). Fonte: GeoCapital Data: 30/09/2022
*Valores em USD referentes ao Geo Concentrated.
Estratégia Sistemática
O Geo Smart Beta de Qualidade, nosso portfólio sistemático, fechou o terceiro trimestre com retorno de -33,42% no ano, já considerando a variação cambial no período (-3,1%).
Terminamos o trimestre com 56 empresas em nosso portfólio sistemático e as 10 maiores posições representando apenas 26% da carteira, conforme tabela abaixo
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Fonte: GeoCapital.
Data: 30/09/2022
Abaixo a contribuição, por ativo, para o retorno anual até setembro (-33,42%).
Fonte: GeoCapital.
Data: 30/09/2022
Aprofundamento no Setor de Healthcare
Quem acompanha a Geo mais de perto sabe que, nos últimos anos, temos nos dedicado a entender melhor as particularidades da indústria de healthcare, e os mais variados modelos de negócio existentes nos diferentes elos de sua cadeia. Em um universo extremamente complexo e abrangente, identificamos até então um grupo seleto de empresas que se encaixam em nosso modelo de qualidade.
Casos de Thermo Fisher, empresa líder no setor de equipamentos e serviços em Life Sciences, e de Novo Nordisk, farmacêutica líder e referência no desenvolvimento de medicamentos para diabetes e obesidade (que inclusive completa 100 anos de operação ano que vem). Aproveitando as discussões recentes sobre o papel dos governos na indústria de healthcare, a onda de inovações esperada ao longo das próximas décadas e implicações da pandemia de Covid-19, convidamos para um bate papo em nosso evento anual com clientes a Luciana Borio que além da vasta experiência no setor atua também no Arch Venture Partners, fundo de venture capital focado em investimentos em empresas liderando inovações na indústria. Tais investimentos abrangem desde empresas de biotecnologia desenvolvendo terapias celulares/gênicas, até empresas buscando destravar eficiências operacionais nos extensos estudos clínicos necessários para comprovar a segurança e a eficácia de novos medicamentos. No contexto da Geo, destacamos a preocupação da Luciana com relação a investimentos públicos na indústria. O orçamento do NIH, agência primária dos EUA focado em pesquisas de saúde pública, tem alocado cada vez menos recursos (em termos reais) ano após ano desde o final da Segunda Guerra Mundial. Nesse sentido, nossos investimentos em empresas dominantes, com extenso track record de execução e inovação, altamente capitalizadas e com espaço de manobra em termos de alavancagem financeira nos protegem de possíveis implicações de longo prazo oriundos da continuidade deste cenário. É importante salientar que, embora o orçamento público nessa frente tenha de fato diminuído quando ajustado pela inflação, isso não impediu a conquista de importantes avanços científicos pelo setor privado. Além da descoberta de novas plataformas para o desenvolvimento de vacinas e terapias para doenças até então desconhecidas (como no caso notório da Covid-19) ou intratáveis (avanços importantes no tratamento de Alzheimer) a Luciana trouxe à tona empresas pouco conhecidas pelo público, mas que vem transformando a vida de muitos pacientes. É o caso por exemplo da Insulet Corporation, empresa que desenvolveu uma forma inovadora e menos invasiva, através de patches, para a dosagem de insulina por parte dos diabéticos. Ou o caso da deCODE genetics, empresa focada na análise e compreensão do genoma humano, com a finalidade de traçar comunalidades genéticas entre pessoas que compartilham da mesma doença, e encontrar curas através delas. Outro ponto interessante trazido pela Luciana no bate papo diz respeito às ineficiências no âmbito regulatório. Isso resulta em atrasos no processo de aprovação de novas terapias. De acordo com ela, menos de 5% dos pacientes com câncer são submetidos a estudos clínicos. Novas empresas estão surgindo nesse meio com a finalidade de facilitar a ponte entre as farmacêuticas e pacientes com câncer, sugerindo a possibilidade de avanços relevantes na qualidade e tempo necessário para aprovação de novos tratamentos oncológicos ao longo dos próximos anos. É nesse sentido que nosso aprofundamento em saúde vem sendo contínuo, buscando empresas especializadas e focadas em áreas terapêuticas ou elos específicos da cadeia, ao mesmo tempo em que nos mantemos atentos e atualizados com novas tendências e inovações capazes de criarem novos vencedores, e/ou disruptar incumbentes. Ao mesmo tempo, assim como todo setor possui seus riscos inerentes, com healthcare não é diferente. Há diversas terapias arriscadas e muitas incertezas sobre o sucesso de estudos clínicos. A vulnerabilidade em relação à regulação é outro ingrediente. Nas palavras da Luciana, o setor de Life Sciences está cheio de headwinds (ventos contrários). No entanto, na aviação, esses headwinds são essenciais para a decolagem do avião. Sem esse fator, o avião não é capaz de criar sustentação no ar. Assim enxergamos muitas oportunidades no setor nos próximos anos e continuaremos nos aprofundando em nossas teses através de análises, pesquisas e channel checks com especialistas do setor, como fizemos no caso da Luciana Borio.
Geo
Nesse trimestre continuamos com nosso processo de channel checks e fizemos nossa 3ª viagem com o time de investimento. Em setembro, fechamos o trimestre em Boston, NY e São Francisco, em busca de aprofundamento em dois grandes temas: mídia e healthcare. Nessa viagem, tivemos a oportunidade de participar do R&D Day da Moderna e conversar com os presidentes de cada uma das áreas da empresa. Tivemos, também nesse trimestre, a confirmação, pelo segundo ano consecutivo, de 100% dos funcionários da Geo ao nosso programa de match de doações Geo+Geo, algo que nos enche de orgulho! Em 2021 aplicamos pela primeira vez, para a pesquisa do GPTW (Great Place to Work), com vistas a termos uma fotografia clara de, em termos de ambiente de trabalho, onde estamos indo bem e onde podemos melhorar. Nesse trimestre, com bastante orgulho podemos dizer que, pela segunda vez, fomos certificados novamente pelo GPTW, e com um índice de satisfação dos colaboradores ainda maior que do ano passado. Isso diz muito sobre todas as melhorias que vem sendo implementadas. Vamos juntos para mais um! Mais uma vez, agradecemos a confiança de nossos clientes e parceiros.
Obrigado!
Abraços,
Equipe GeoCapital